sexta-feira, 2 de maio de 2014

Negro

Negro é preto como a noite,
É bailarino no andar.
Negro sofreu no açoite,
sangrou de tanto apanhar.

Negro de Angola, Moçambique e Nagô,
Ascende vela pra Vovó, Ogum e Xangô.
Negro ascende vela pra rezar
e pra iluminar o barraco, já que a luz voltou a acabar.

Negro é Joaquim, Barbosa e Nabuco,
é Amarildo, é o Rio em luto!
Negro é Martinho, é Mandela,
É festa no gueto, em Soweto e na favela.

Negro, filho primogênito de Deus!
Negro da cultura milenar,
salve Oxalá, salve os yorubás.

Negro vai se libertar,
Negro é preto como a noite
e a mãe África jamais vai te abandonar.


Vinicius Diniz

domingo, 5 de janeiro de 2014

Um poema para meu amor

Quero te escrever um poema.
Vou juntar palavras e fazer rima,
Palavras bonitas e que falam de amor.
Ah, eu não posso rimá-las com dor.

Quando você ler vai se encantar.
Quiça por mim irá mais uma vez se apaixonar!
Posso até citar Mário Quintana e Vinícius de Moraes
Mas melhor ser meu e não de algum dos imortais.

Será que você vai gostar?
Claro que você vai adorar,
Estou falando coisas do meu coração.
Mas e se não, se o poema não ficar bom?

Fico nessa dúvida que me sufoca.
Talvez seja mais fácil te dar uma rosa.
Mas não o farei vou descrever o meu sentimento.
Vou unificar todo meu amor em um pensamento.

Pensando bem acho que não vou conseguir,
Não é possível em uma palavra o infinito reunir.
Como escrever o que não se pode descrever.
Não se pode escrever o que não se pode ler.

O meu amor por você não se exprime em palavras
Feche os olhos, sinta o meu amor e suas asas.
Asas para viajar pelas estrelas com esplendor
Não leia o poema, apenas sinta o meu amor.